Brasil espera estabelecer parceria estratégica duradoura com a China, afirma Lula

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O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, concedeu uma entrevista exclusiva ao Grupo de Mídia da China (CMG, na sigla em inglês) durante sua visita de Estado à China entre os dias 12 e 15 de abril. 

Trata-se da quinta visita de Lula à China. Desta vez, ele chefiou uma grande delegação, com o número da sua comitiva superando ainda o tamanho do grupo programado em março.

Na entrevista, Lula declarou que está muito feliz de estar na China mais uma vez. A China e o Brasil têm muitos interesses comuns. Esta visita aperfeiçoará ainda mais as relações bilaterais, tendo grandes significados múltiplos. O Brasil espera estabelecer com a China uma parceria estratégica que poderá durar muitas décadas. Os dois países também precisam avançar na relação, especialmente nos setores da economia, comércio, ciência e tecnologia. É importante fortalecer a cooperação entre universidades, fazendo com que mais chineses estudem no Brasil e mais brasileiros estudem na China. 

A crise ucraniana foi uma das pautas mais abordadas durante o encontro de Lula com o presidente Xi Jinping. Mesmo as pessoas que não estão envolvidas no conflito sentem seus efeitos que já se espalharam pelo mundo, disse o chefe de Estado brasileiro. Além disso, os assuntos referentes à cooperação em tecnologia espacial e ao investimento também foram discutidos na reunião. 

Quanto ao BRICS, Lula afirmou que o Brasil e a China são dois grandes países. Adicionando a Índia, Rússia, África do Sul e Arábia Saudita, metade da população mundial participará desse mecanismo, gerando um enorme volume econômico e potencial comercial. 

O presidente brasileiro apontou que o cenário geopolítico mundial já mudou. Certos membros do Conselho de Segurança da ONU lançaram uma guerra sem discussão dentro do bloco. Diante da situação, o mundo necessita de uma governança global mais forte, especialmente ao discutir as questões sobre a paz e mudanças climáticas. A China está desempenhando um papel muito importante no cenário mundial atual. A China quer paz e o Brasil também. Devemos reunir nossas forças para proporcionar uma proposta de paz à Rússia e à Ucrânia. 

Segundo Lula, a China mostra um desempenho excepcional em quase todas as áreas da economia, incluindo os setores de ciência, tecnologia, produção e engenharia. O país nunca incita guerras, mas foca no desenvolvimento comum. Ao seu ver, a China de hoje representa uma força de equilíbrio tanto na competição econômica global quanto no desenvolvimento científico mundial, sendo de grande importância para o mundo. 

Lula afirmou que o salto de desenvolvimento da China demonstra sua competência e maturidade política. Ele tem grande admiração pelas realizações extraordinárias da China, porque não é uma tarefa fácil tirar centenas de milhões de pessoas da pobreza. O Brasil eliminou a fome em 2012, mas agora a fome voltou, o que mostra uma falta de responsabilidade política e econômica. Portanto, o Brasil precisa aprender com as experiências da China com muito carinho, muita sinceridade e muita humildade, acrescentou. 

Fonte: Rádio Internacional da China

Tradução: Zhao Yan

Revisão: Gabriela Nascimento


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